top of page

Projeto de Extensão da UFMG orienta Programa de Recuperação da Bacia do Rio Doce


Projeto tem participação da Professora Sónia Maria Carvalho Ribeiro do Departamento de Cartografia do IGC


Mudas de árvores nativas plantadas no mês de janeiro, em Paracatu de Baixo e Pedras, Mariana – MG | Foto: Fundação Renova

Pesquisa permite o início de um dos maiores programas mundiais de reflorestamento de bacia hidrográfica


A Fundação Renova lançou, em agosto, edital de Adesão ao Programa de Restauração Florestal que visa envolver a população das regiões afetadas pelo rompimento da Barragem de Mariana no processo de recuperação das Áreas de Preservação Permanente consideradas prioritárias por projeto de extensão desenvolvido por pesquisadores da UFMG.


A chamada da Fundação tem como público-alvo propostas apresentadas especialmente por produtores rurais das regiões atingidas pela destruição ambiental ocorrida em 2015, que este ano completará 4 anos.


O objetivo é recuperar 500 nascentes nas bacias dos rios Pontões, Suaçuí e Piranga, além de restaurar 1000 hectares de terras degradadas verificadas como prioritárias. Tudo isso no período entre 2019 e 2020. Os proponentes aptos a participarem desse programa receberão apoio e incentivo financeiro da Fundação no desenvolvimento da restauração ambiental. As inscrições ficarão abertas até 1° de dezembro de 2019 no site da Fundação Renova.


Origem do programa


Desde novembro de 2015, quando o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, foi castigado por uma das maiores tragédias mundiais, a UFMG, seja por meio da extensão ou da pesquisa, tem atuado em medidas mitigadoras dos infindáveis danos causados contra a natureza e a população afetada diretamente.


Um exemplo disso é o projeto de extensão “Definição de Critérios de Priorização de Áreas para Recuperação Ambiental na Bacia do Rio Doce”, que elaborou um mapeamento das regiões que deveriam ter preferência nas ações de recuperação florestal e de nascentes.


A iniciativa começou em 2017 e foi coordenado pelo Professor Raoni Rajão, do Departamento de Engenharia de Produção da UFMG e conta com a participação da Professora Sónia Maria Carvalho Ribeiro do Departamento de Cartografia do IGC/UFMG. Por meio de sistematizações e análises de informações acerca dos ambientes físicos e bióticos e, ainda, mediante a observação de características sociais e econômicas, foi possível estruturar uma metodologia que cumprisse com o dever de destacar regiões propensas para restauração.


Para Raoni, a inovação dessa metodologia está no fato de ser analisado não só o nível de degradação de uma área, mas também sua vocação para o reflorestamento. “Foi possível delimitar as áreas da bacia em que há interseção entre características de pronunciada vulnerabilidade social, degradação ambiental e maior chance de sucesso”, acrescentou o professor.


O trabalho, que contou com a parceria de pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV), gerou um estudo que contribuirá agora com um dos maiores programas de reflorestamento de bacia hidrográfica ao redor do mundo.


Promovido pela Fundação Renova – instituição criada com objetivo de mitigar a destruição gerada pelo rompimento da barragem da Vale –, esse programa tem a pretensão de reparar cerca de 5 mil nascentes e 40 mil hectares de áreas de preservação permanente em dez anos e, para isso, receberá da Fundação cerca de R$ 1,1 bilhão de investimentos.


Efeitos sociais do estudo


Além dos aspectos bióticos e físicos, as características sociais e econômicas das regiões estudadas também foram levadas em consideração. Em vista dos dados levantados sobre características socioeconômicas, foi possível delimitar áreas de maior vulnerabilidade social. Dessa maneira é levantada a possibilidade de ações de reflorestamento contribuírem para impulsionar a economia da região. “O investimento pode gerar emprego e renda para a população local, por meio de atividades como plantio de mudas, construção de cercas e viveiros, ou mesmo pela produção agroflorestal”, destaca um dos coordenadores do estudo, Raoni Rajão.


Os viveiros construídos para produzir mudas para o reflorestamento são exemplo disso. O Instituto Terra é uma das parcerias do programa. Calcula-se que, com o envolvimento de produtores rurais, cerca de mil nascentes já foram protegidas.



Notícia original da Pró-Reitora de Extensão (Proex) publicada em 04/09/2019

Modificada em 09/09/2019

56 visualizações

Comments


bottom of page