A Semana do Turismo da UFMG se propõe como espaço de reflexão sobre a complexidade que envolve o turismo, por meio do diálogo e da construção crítica entre discentes, docentes e a diversidade de sujeitos que compõem a sociedade. A 18ª edição da Semana do Turismo, organizada pela Coordenação do Colegiado de Graduação em Turismo e a Território Empresa Júnior de Turismo (UFMG), abordará a temática Planejamento e gestão territorial do turismo em tempos de crise sanitária. Compreende-se que tal discussão é potente e atual, uma vez que as atividades ligadas ao turismo têm sido retomadas com maior intensidade nos últimos meses, fazendo-se necessário pensar o contexto de planejamento e gestão do turismo para além das variáveis econômicas e mercadológicas – oferta e demanda turística. Nesse sentido, é fundamental refletir acerca das dinâmicas socioespaciais do/no Turismo, consideradas as dimensões que são próprias à abordagem territorial – a sociodiversidade, as relações de poder, de pertencimento, os conflitos, a diversidade de interesses – uma vez que o retorno das atividades ligadas ao turismo tem gerado efeitos tanto positivos como negativos para cidades, localidades e comunidades. A pandemia escancarou os processos de desigualdades sociais, culturais, econômicas, ambientais e políticas do país. O retorno da atividade turística, organizada segundo os princípios do capitalismo e do neoliberalismo, tem contribuído, de forma majoritária, para o aumento da opressão e dos conflitos nos territórios de uso turísticos (aumento da transmissão do vírus no contexto das viagens turísticas e promoção das atividades/serviços de lazer). Lamentavelmente, as políticas públicas criadas pelo Ministério do Turismo não têm sido capazes de contribuir, de forma decisiva, para o reordenamento responsável do Turismo e a regeneração dos territórios. Governos de estados e municípios também encontram severas dificuldades para traçar políticas públicas que sejam profícuas no sentido da reorganização das atividades do turismo de forma ética e responsável, respeitando a diversidade de interesses oriundos dos atores sociais com desejos tão dispares – moradores/as, empresários/as do turismo e órgãos públicos.
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