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Professora da UFMG diz que tragédia em Capitólio poderia ter sido evitada

Docente destacou que lanchas não poderiam chegar tão próximo das rochas

A tragédia ocorrida no sábado (8) provocada pela queda da rocha de um cânion em Capitólio, no Sul de Minas, poderia ter sido evitada. É o que afirma a professora Maria Parisi, do Departamento de Geologia da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Oito pessoas morreram e duas seguem desaparecidas até a manhã deste domingo (9).

A docente explica à reportagem de O Tempo que o paredão que se desprendeu dava sinais de que algo poderia ocorrer. “Os sinais a que me refiro é porque tenho o olhar técnico. Já dava para enxergar sistemas de fraturas. Existia uma bem repetitiva e muito prolongada na rocha, de forma vertical, ao longo de todo o paredão”.

Esta, segundo Parisi, não era a única. “Ainda tinha uma outra fratura mais horizontal. Isso é comum nas rochas, pois elas sofrem pressão. Não acontece somente em Capitólio”. As fraturas vão permitindo mais entrada de água e, consequentemente, o “enfraquecimento dos minerais da rocha”.

“A rocha vai perdendo resistência e a ruptura acontece. A superfície que aparece após a queda mostra que a fratura já estava predisposta a se romper pelos sinais de percolação de água ali existente”. A situação se agrava, conforme explica a professora, pelo período chuvoso, já que temos mais quantidade de água entrando nas rochas. A cor mais escurecida também é um indício.


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